terça-feira, 21 de setembro de 2010

Carta ao Januário

Caro Januário,

A coisa anda pela mesma. Correria. Aconteceu que soube que tu parou. É verdade? Agora é de ficar a contemplar, sem nada a fazer. Aonde foi parar aquela pressa? E por quê?
Ando com os encargos de sempre, sem ter razão, de qualquer forma. Acho que tu já me vê como se olha o passado ou reflexo do que tu já foi. Penso quase nunca, mas hoje, ao saber no café a razão do teu sumiço, pensei.
E da mesma forma que tu não teve motivos pra parar, eu não tenho motivos pra continuar nesta pressa. Nem pra parar. Eu não penso mais.
Ando sem parar, na verdade, corro. Com pressa...o tempo todo. Tempo já não existe mais. Dizem que fiz 37 anos outro dia, eu não vi.
Tenho que ir.
Fiquei curioso: como é a vida contemplativa? E como está teu avô, o seu Teodoro? Soube que não esteve bem...

Saudações do teu amigo,
Cascavel.