sábado, 23 de abril de 2011

Impressões de Januário sobre as coisas da vida

Impressão 6

O velho morreu e Januário teve que resolver. Era o novo que parecia velho. Chorou um pouco e não conseguiu voltar à casa. Resolveu que estava na hora de mudar de novo e sem choro. Depois da correria, foi a vida contemplativa, agora era a hora da mudança. A mudança assaz. Apaixonada!
Januário não está de luto oficial, não suporta isso. E, agora, ele mudou. Acha que é melhor viver, sem correr e sem parar. Correr demais, não o fez pensar no que precisava. Parar demais, não o fez correr atrás do que precisava. Ainda assim, não esboça ressentimento do passado, é que ele não gosta de lutos.
Januário vai correr e parar, nada demais, nada de mais.

Vai, Januário! O mundo te aguarda!

Ao Mascarenhas

Eu, Mascarenhas, ando, há tempos, sem ter o que dizer. Mas, vês que saio de São Tomé. Resolvi, desbravar os meus limites. Vou ao mundo buscar...nada. Afinal, é disto tudo o que se trata.
Estou com a mala pronta, levo um caderno e um notebook, talvez, escreva nada ou escreva sobre nada. Manda-me um e-mail, se tiver qualquer coisa ou coisa alguma por fazer.
Primeiro, vou ao continente ao lado, o que eles chamam África. E não espero qualquer notícia. Tenho nada a dizer, nada a fazer.