Uma versão minha do Álvaro de Campos:
"Não quero nada.
Já falei que não quero nada."
Querem-me um príncipe dos modos,
Querem enfiar-me um crucifixo
goela abaixo, empalando o meu pensamento.
Tirem os balões da sala!
Não quero mais as sobras
Mas também nunca quis o prato cheio!
Parem de me impor a razão,
se não têm nenhuma!
Ou quando tem, entra em contradição.
Não estou desinteressado,
apenas não estou aberto.
Quero ser eu e mais nada.
Por quê querem me fazer o que não sou?
quarta-feira, 26 de junho de 2013
quinta-feira, 4 de abril de 2013
dos livros que li
Gosto mais dos livros pela metade,
digo,
gosto mais daqueles que ainda não acabei.
Quando termino um livro, ele deixa o criado-mudo
e ganha - volta par' - a prateleira.
Ele deixa de ser meu.
Quero dar os livros que li.
digo,
gosto mais daqueles que ainda não acabei.
Quando termino um livro, ele deixa o criado-mudo
e ganha - volta par' - a prateleira.
Ele deixa de ser meu.
Quero dar os livros que li.
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