Cascavel resolvia os papeis da casa, enquanto Maranhão ficava na televisão e o Tito, como sempre, falava [e bem alto]...
- Mas, que há-de vir agora? Logo eu que pensei ficar sempre com ela. Comprei até os eletro e as panelas. Que contas são estas, Cascável? Por que não me alenta? Ah...estas amizades que tenho, só incentivam coisa alguma. E o Maranhão? Me escuta?...ela me escutava, sabia? Adorava ouvir minha épicas passagens acerca dos rios que dão no mar. E também das canas que acabavam no horizonte. E fascinava...ah, estou só! Estou eu e meus pensamentos, indo a canto nenhum...
- Ah, tolo Tito. - em tom enfadado, Maranhão interrompia o Tito - Cala a boca. Todo o rio desce ao mar. Que graça tem as canas na paisagem? E sabe de outra, que acaba com qualquer mistério das tuas lamuriosas perguntas?
"Qual?" - pensou o Tito
- Sim...- e o Cascavel já escutava também ao Maranhão.
- Qual? - perguntou o Tito, ainda sem conseguir articular o maxilar.
- Todos vão embora. O rio, a cana e a namorada. Pelo simples andar dos fatos.
Cascavel voltou aos papeis. Tito calou e sentou ao lado do Maranhão pra ver a corrida de carros. Maranhão cruzou os braços.
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