Não, não tenho. A atual conjuntura dos parâmetros ocidentais e da excelência do banal, do padronizado, deste ter que fazer o que sempre se fez... eu não tenho.
Fujo do padrão. Fecho-me em uma filosofia vã e sem nexo. A minha visão do mundo é totalmente o contrário de tudo, e ainda quando vejo alguém que compartilha do meu mesmo sentimento, não me identifico. E finjo não ser bem parecido com este alguém.
Mas, na verdade, dizia que não tenho talento. Acabo de receber um e-mail com todas as correções que devo fazer, com a nota padrão que devo receber pelo que fiz. Eu verifico que todo o trabalho que tive, nada tem a acrescentar. Ainda que tenha tido tanto tempo nele, tanta energia, tanta vontade em fazê-lo. Um sujeito lê em dois dias e diz-me tudo em uma nota, em um comentário polido e detalhista. Sem pouca razão, cheio de coisas minúsculas [das quais, nem havia reparado, quando julguei ter feito uma obra-prima], ignorando todo o meu contentamento quando fiz. É que devo transparecer não querer, segundo ele me conta. Vem e me conta em 15 linhas, tudo o que mereço da atenção do mundo. Eu o traduzo: não tenho talento.
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