quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Fogo no andar de cima

Pegou fogo no andar acima do andar onde estão os três de sempre: Tito, Maranhão e Cascavel.
O primeiro, sempre atento e vigilante, anunciou aos outros dois, que não o escutaram com tanta atenção nem razão, afinal faziam coisas muito mais importantes, julgaram ser um alarido comum dele.
Mas, o Tito tinha razão. Havia fogo no andar de cima!
De nada adiantava, o Tito continuava alarmando. Pegou uma camisa, vestiu-a e correu... para cima. Para o andar de cima. E sim! Sim! Era fogo!
Saiu descendo as escadas, em polvorosa, em desespero total. Gritando aos sete mundos presentes naquele prédio:
- É fogo!
Começou aquela movimentação das tragédias. Surgiram pessoas que nunca apareceram, descendo as escadas de Tito. Ele, perplexo, ainda não acreditava no que via e mesmo assim gritava e gritava.
- É fogo! Fogo! Chamem os bombeiros! Tem fogo no 4o. andar.
Desceu, então, Tito.
Ao passar pelo terceiro andar, viu o Cascavel com o seu bolo de papeis mal organizado, a caneta na orelha direita e os óculos no rosto. Junto dele, Maranhão com a TV seminova e enorme debaixo do braço, uma das sandálias escapando do pé e o fio enrolando e desenrolando a outra perna. Numa corrida atrapalhada, desenfreada, mais desesperada ainda a cada passo.
Os dois iam descer.
Desceram. Um lutando com papeis e o outro tropeçando no fio que liga a TV, as coisas que eram tão importantes.

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