Para Simão de Azevedo
Meu querido e estimado Simão,
Sou eu, Lívia. Escrevo de um lugar criado pra ficar só com o mundo. Vejo toda a terra até onde os olhos podem enxergar. É uma vista exuberante. Muito verde até o fim.
Estou a pensar. Pensar sem parar. Ando a pensar em nós dois e a que ponto chegamos. Acho que me acostumei tanto em te ter, que posso te ter no momento que eu quiser. Só que agora, ando confusa. E acho que estou a te perder, de alguma forma. Devo estar pensando demais e fazendo de menos ou vice-versa.
Passo as tardes jogando pedrinhas daqui do alto, imaginando qualquer coisa.
Simão, eu te amo! Penso em ti a todo momento...ou quase todo.
Eu te amo, mas não te quero mais. E me perdoe a força desta frase tão crua. Falo com o mais apertar no meu coração. É o que sinto e isso não me alivia. Estou triste, assim como tu.
Tenho saudades de ti, de nós...não quero mais. Gosto das nossas histórias, da tua risada, do teu jeito sério de falar das coisas amenas e da forma amena de falar das coisas sérias.
Sempre acho que tu quer dizer algo quando escreve, apesar de tu repetir enfaticamente que é "uma perda de tempo". Meu filho, tu é uma das pessoas mais extraordinárias que conheço. Por isso, não me entendo. Não entendo qual é o motivo. Sei que é o que sinto...
Por favor, não venha atrás de mim. Vai ser pior pra nós dois. Tentemos, a partir do dia que a tristeza for embora, viver! Escreva! Faça o mundo te conhecer. Pare de lamentar. Seja feliz! Eu te amo feliz! Eu quero te ver feliz. E acho que comigo, não fica mais como era. Hoje, sou uma doce recordação, nada mais.
Vai! Vive, Simão! Eu espero por isso.
Um beijo,
Te amo,
Lívia Pires.
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