Simão:
- No andar de cima, um "toc toc".
Um andar feminino. Fico aqui embaixo, olhando o teto, chão do outro. Da outra. O salto alto, andando pra cá e pra lá. Uma mulher...
Deve ter as pernas torneadas, brancas, bem grossas, o corpo bem delineado num vestido preto confortável, naquele aperto sem apelo, naquela frouxidão sem folga. O corpo todo lindamente feminino; aquela cintura fina, os cabelos lisos, negros, a boca com os lábios meio carnudos meio finos.
Ah... e o perfume, ocupando todo apertando... de cima, claro, porque o meu, fede a suor de macho, com as minhas camisas penduradas pelo quarto e a louça na pia que teima em não ser limpa.
Deve ir à uma festa, enquanto se arruma...
Eu, no andar de baixo, debaixo daquele "toc toc" sensual de cima. Aonde esta moça vai? Deve estar linda.
Mascarenhas:
- É uma menina com as roupas da mãe.
Simão:
- Murchei.
Mascarenhas ri:
- Escreve isso! Escreve.
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